sábado, 25 de julho de 2009

Dezoito




Eu não quero. Sei lá o porquê, mas eu não ando querendo, de verdade. De certa forma, isso faz com que eu me sinta como o Do Contra, aquele personagem da Turma da Mônica (olha eu aqui, já comecei falando de coisas infantis), sabe? Todo mundo que eu conheço querendo fazer dezoito anos e eu querendo fugir deles.

Agora que falta mais ou menos um mês para que eu alcance a maioridade, eu tenho sido atingida frequentemente por 'ataques de consciência', se é que posso chamá-los assim. Eles me pegam, de forma muito aleatória, em qualquer lugar: ônibus; metrô; nos meus sonhos; no meio das aulas... É uma coisa muito estranha: eu simplesmente me sinto congelar, por alguns segundos me desligo de tudo do mundo e pensamentos como 'não acredito que vou fazer dezoito anos!', ou 'caramba, estou crescendo!' me atingem em cheio. Tudo bem, deve ser legal poder dirigir, ser libre y hacer otras cositas más, pero me dá um certo medo, sabe? Às vezes tenho a sensação de que vou me perder na vida sem as rédeas dos meus pais para me segurarem ou sem a atenção deles, prevenindo as consequências de cada movimento estabanado que eu faço.

Quero dizer, é tudo verdade então! É verdade que a gente cresce e tudo vai mudando nesse tempo. Não que eu esperasse que tudo fosse permanecer o mesmo a vida inteira, eu gosto de mudanças, apesar de muitas vezes ter dificuldades imensas para lidar com elas. Eu só... Não sei, acho que nunca me imaginei 'grande'. Creio que meu primeiro contato com essa sensação foi quando minha prima preferida, com quem eu passava tardes trancada num quarto (só saía para almoçar e fazer xixi) being anything with my Barbies and with hers, passou a não querer brincar mais de Barbie. Ela simplesmente me disse que não queria brincar mais de Barbie, como pode? Eu fui parando naturalmente, sem dizer para ninguém que não queria mais brincar, oras! Mas eu ainda continuo amando, absolutamente, a Barbie. Para que é que eu vou negar? Eu sou pior que todas as crianças do mundo juntas dentro de uma loja de brinquedos.

Quando essa mesma prima minha fez quinze anos e eu tinha 11, pensei: 'uau, 15 anos, caramba. Mas vai demorar ainda pra eu fazer quinze anos!'. E agora vou fazer dezoito, uau.

Todo mundo na minha mente tem 15, 18, 25 anos, menos eu. É que essa coisa de crescer me parece meio estranha. E parece estranha de um jeito estranho também, não sei se consigo explicar. Mas estou tentando dar uma noção aqui.

Eu gosto de poder ser "imatura" muitas vezes. No gosto musical, em algumas atitudes mais descontroladas e coisas do tipo. Convenhamos, a imaturidade é uma boa desculpa pra bastantes coisas. As pessoas sempre vêm com esse papo de 'não é porque você cresceu que você precisa perder a sua criança interior'. Numa boa? Não é que a gente queira também, mas, na maioria dos casos, acontece automaticamente. As responsabilidades vêm, sua rotina muda e sem que você perceba, você começa a levar tudo mais a sério. O mundo parece menos colorido, menos engraçado, e haja paciência para que você consiga recuperar isso quando vive no meio do caos metropolitano. Digo isso porque, observando, eu acho que é assim e, bem, eu pretendo seguir minha vida morando em cidades grandes e malucas. Bem, por mais que isso me aconteça, espero que minha imaginação continue a mesma. Ela só vai ficando mais fértil a cada ano, adoro isso, é incrível! Mas só às vezes.

Sei todas as coisas que quero pro meu futuro (até a vida mudar todas elas, talvez), mas ainda assim eu não consigo me imaginar com, sei lá, 30 anos, vai. Nem consigo imaginar meus pais mortos (que coisa horrível!) e pode parecer meio paranóico, mas a cada dia que passa eu morro de medo de alguém vir me avisar que meus avós passaram desta pra outra. No dia que o MJ morreu (chorei horrores, confesso) e minha mãe ligou falando: 'Ana Paula, sabe quem morreu?' eu quase infartei sozinha, no meio do shopping. Claro que ela não ia anunciar a morte de um dos meus familiares assim, né, mas na hora a gente não pensa direito.

A segunda parte da paranóia é que eu penso mais do que deveria em coisas como 'e se alguém me matar antes que eu consiga fazer pelo menos metade dos meus sonhos se realizar?'. Acho que preciso parar de ver o noticiário, sério.

Chego à conclusão de que sou muito nostálgica para a minha idade. Por mais que eu tente, não consigo parar de achar que versos como: 'These days I wish I was six again. Oh, make me a red cape, I wanna be Superman' ou 'So scared of being older, I'm only good at being young' foram escritos para mim.

Certo, vou parar de escrever porque estou ficando mais confusa a cada linha, o que é o efeito contrário do qual eu quero. Eu estava tentando escrever para esclarecer minhas próprias idéias! Tá aí outra coisa: por que muitas vezes pareço funcionar ao contrário?

Tá bem, vou parar por aqui. Eu juro.

Sabe, isso me lembra: 'Stop, oh yes, wait a minute, Mr. Postman!'

Tá, parei, ó!

P.s.: É, sou nova aqui. Juro que quando pensar num texto de apresentação decente, eu o posto, tá? E, hm, bem vindo, Baqueta! Pode me chamar de Palheta! Tá, não pode, foi só uma piada 'rimante' muito infame!

4 freckledmaníacos.:

Juh Claro disse...

aninha, boa sorte(?) aqui no Freckled e bem vinda!

bem, eu não sei o que comentar do seu post, porque eu tenho simplesmente a opinião totalmente ao contrário da sua.. eu ADORO ter 18 anos; mas esses dias eu tava vendo minhas fotos do meu aniversário de 15 anos (achei você lá, haha) e deu saudade dessa época; mas por causa da amizade que eu tinha com o pessoal da escola. a pouca liberdade que eu tenho com meus 18 anos é ótima! poder sair sem ter que ficar com medo de pedirem meu RG, beber (hihi), estar tirando carta, trabalhar, faculdade... é muito bom! mas ficarei mais feliz aos 21, que serei 'de' maior (eu sei que não é assim que se fala, tá?) em todos os lugares do mundo, ENGLAND, HERE WE GO õ/

mas relaxa, é a lei da vida. você não pode parar nos 17 anos - a não ser que o Peter Pan venha te buscar (nem pense nisso, sua fura olho!) -, mas todo mundo se dá bem. apenas curta a vida, porque você só tem essa ;)

beeijinho (L)

·caMM's disse...

Hey, bem vinda (:

Eu tô quaaase nos 19 HSAHUASH e, sinceramente? A única coisa que muda MESMO são os números. E o fato de que, agora, vão te jogar na cara a tua idade. E te chamar de tia (seus amigos mais novos). Fora isso, NADA necessariamente muda.

Bom, mudou também que eu posso comprar martini sem me pedirem RG, ir em barzinhos legais, doar sangue (mas não fiz ainda :/ não deu tempo direito), trabalhar oficialmente sem problemas etc.
A questão é que não muda drasticamente. Eu morria de medo, mas não mudou. Até agora. E por vezes chega a ser reconfortante o fato de seus pais te mandarem passar o sábado em casa, mesmo com dois convites pra sair, porque dá idéia de infância.
Mesmo que eu tenha sido irônica pra caramba na última frase, eu lhe digo: tanto faz. Transfira suas preocupações para os 30 e seja feliz esperando (ou não) que eles cheguem :D

Bem vinda de novo o/

Anônimo disse...

Adorei seu texto, muito bem vinda :)
E depois a gente comenta ele! haha
Beijo

Marília Rocha disse...

Bem-vinda :)

Ah, que lindo, pensei que eu era a única que conhecia The Carpenters! E eu tbm ando meio nostálgica ultimamente, tudo bem que eu só tenho 15 anos, mas o tempo vai passando e só vai aumentando as responsabilidades. Preferia quando eu tinha 7 e o que mais me interessava era assistir Digimon. HAHA, mas fazer o que, relaxa e goza! -n

Bgs ;*

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