quarta-feira, 6 de maio de 2009

Saudade e liberdade

Hoje eu estou aqui para falar de duas coisas muito diferentes que se abateram sobre mim nesta aparentemente comum quarta-feira.
Hoje foi o fim do meu período de provas, o início da minha liberdade. É bom respirar de novo e é melhor ainda estar de volta ao freckled, que é o meu lugar. Pulei de alegria, comi sem pressa para estudar quando cheguei da escola, li "O Guardião de Memórias" (só agora estou pensando no quanto isso é irônico).
Pois então, meu dia correu super bem, tirando a prova de Espanhol (eu não sabia nada e confesso que não estava fazendo questão, estava preocupada com a prova de Química).
Quando eu entrei no orkut, me deparei com dois depoimentos de uma pessoa da qual eu nunca me esqueci, mas sobre a qual eu também não penso mais. Sabe aquelas coisas que ficam no seu subconsciente e aos poucos vão saindo da sua vida?
Eu sou uma pessoa de sorte. Sou uma das poucas pessoas no mundo que pode dizer que tem AMIGOS DE VERDADE, desde sempre. E os amigos que entraram na minha vida algum tempo depois são tão maravilhosos quanto os primeiros.
Essa dita pessoa está na minha vida desde que eu me entendo por gente, e nós nos afastamos quando ela se mudou pro Rio.
A questão é que aos poucos eu fui percebendo que não era a distância o problema... Não é nem longe, na verdade. Só precisamos atravessar a ponte! Eu percebi que a verdadeira distância estava dentro de nós mesmas, uma barreira que criamos por termos mudado.
Eu tenho outra sorte: por ter crescido e convivido sempre com as mesmas pessoas, nós mudamos todos juntos. A questão é que, quando alguém se afasta, essa pessoa não está mudando com você... Ela está simplesmente entrando em um outro universo e deixando que a distância se prolongue e que o vazio vá aos poucos começando a fazer parte da rotina, até que você já não o percebe mais.
No começo, a saudade sufocava. Chegávamos a deixar uma carteira vazia próxima ao grupo, na qual ela deveria estar. Pode parecer infantilidade, mas na época não pareceu.
E eu digo na época, porque o tempo passou. Aí é que está a raiz do problema.
Ela disse que está sentindo a minha falta, que queria que todo mundo conversasse e dissesse o que pensa... E é nessas horas que a gente percebe que nunca esquecemos aquela pessoa. Simplesmente superamos, cansamos de lutar contra a gravidade, e tentar trazer essa pessoa para perto já não parece mais tão importante. Até que você se depara com uma coisa dessas.
Então aqui vai o meu conselho pra quem não fala com um velho amigo há muito tempo: não pense que você o esqueceu. Você simplesmente superou, mas a qualquer momento ele pode reaparecer e reviver aquela saudade que mata dentro de você.
E sabe o que vai acontecer? Você vai acordar amanhã, tomar o café da manhã, ir ao colégio ou à faculdade ou ao trabalho, voltar para casa, almoçar... Vai ser preso pela rotina. Quando você abrir os olhos, anos terão se passado, e você vai perceber que jogou fora uma amizade de verdade apenas pela falta de contato.
Já não vai mais importar quem estava certo ou quem estava errado. Você vai encontrar com essa pessoa na rua casualmente, e ela vai estar levando os filhos à escola, ou indo à padaria, ou indo mudar o mundo. Você vai falar com ela, vão relembrar os velhos tempos, vão sorrir... E você vai vê-la sair andando e vai se perguntar o que deu errado.
Espero que ela perceba isso. Espero que todos percebam isso. O tempo nunca vai parar, como diz o Kim Edwars, autor do livro maravilhoso que eu estou lendo.
Ninguém consegue parar o tempo.
Amanhã eu vou acordar, tomar o meu café da manhã, ir à escola...

1 freckledmaníacos.:

Dóri disse...

Esse texto lembrou muito um texto meu, leia!
http://myhotelsong.livejournal.com/698.html

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