segunda-feira, 8 de junho de 2009

I will survive!


Olá queridos amigos do Freckled Guitar! Quanto tempo, não? Há décadas quero escrever aqui, mas nunca tenho tempo ou criatividade suficiente. O de sempre. Espero que tenham curtido os shows por mim. Mas deixemos de lengalenga, lero-lero, coisinhas clichês e de encher lingüiça. Vim aqui para publicar o mais novo lançamento do Freckled Guitar Produções. É o maravilhoso, inexorável, admirável:

 

Manual de Sobrevivência em Cidades Pequenas

 

Neste manual, a experiente autora que vos fala dá dicas e truques para quem vem da civilização e se perde em meio a tantas coisas novas. Para que vocês sintam o espírito da coisa, vou citar pequenas partes do meu livro.

Morar em cidade pequena pode parecer fácil, mas não é. É necessário muito preparo e know-how. Uma cidade pequena é assim classificada por três quesitos básicos: ausência de shoppings, excesso de coisas bizarras e poucos habitantes. Na verdade, uma coisa desencadeia a outra, se analisarmos bem.

A escassez de habitantes resulta num fenômeno muito típico, o famoso: oi-tudo-bem?-te-conheço?-ah!-somos-parentes-de-vigésimo-primeiro-grau, que também pode se manifestar como oi-tudo-bem?-sou-seu-vizinho-e-vi-quem-você-pegou-ontem-a-noite. É aí que se encaixa uma espécie bastante conhecida de todos: o vizinhus Fofoqueirus. Essa espécie apresenta um comportamento bem característico, conhecido como “tomarei conta da vida dos outros já que a minha é infeliz”.

Coisas bizarras acontecem nas cidadezinhas. E os moradores acham muito legais. Uma delas é a feira semanal. Lá, quando se tem sorte, é possível encontrar iguarias como: mandiocas em forma de traseiro, abóboras gigantes, filé de tilápia defumado, índios bolivianos tocando flauta, filósofos contemporâneos como Tibúrcio e o louquinho do cabelo vermelho, pura sedução, sempre com um elogio na ponta da língua:

- Leitoinha liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinda...

 Além da feira, outro point das cidades pequenas é a praça central. Onde todas as tribos (?) se encontram, em união. Ou não. Na praça você pode sentar-se num banco, desfrutar de um açaí e apostar nos skatistas que caem em pé [N/A: créditos à Amanda, senão ela me bate]. Esse campeonato é freqüentemente confundido com saltos ornamentais ou salto sobre o cavalo. A praça é onde se encontram os jovens mais estilosos das pequenas cidades, tal como os:

 

- Emos escandalosos;

- Góticos felizes;

- Patricinhas pobres;

- Manos rebolantes;

- Roqueiros dançando axé;

- Maconheiros sãos, entre outros.

 

A praça é o point justamente por não haver a tradicional diversão das cidades grandes: os shoppings. A não ser que você considere shopping aquele amontoado de lojas que funcionam dia sim, dia não, de nomes: “Galeria da Perlita” ou o risível “Mini-Shopping Alfenas”. Lanchonetes como McDonald’s também não existem. Mas você pode pedir um Big Jegue Feliz no “Jegão Lanches”. Se você é fã de alguma banda de rock internacional e quer ir ao show deles, desista. Azul & Azulejo é o que há.

Essa é só uma pequena amostra do meu livro. Se quiser saber mais sobre as tradições das cidades pequenas, o “Manual de Sobrevivência em Cidades Pequenas” está à venda na Saraiva. Só falta eles saberem disso.

Beijo na bunda.

 

*Todos os nomes de lojas e personagens citados nesse post realmente existem. Acredite se quiser.

1 freckledmaníacos.:

Dóri disse...

Oba, quero ir pra Alfenas comer um Big Jegue Feliz! HAHA

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin