quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Eu vou até o fim"

Enrolada em um cobertor após me ajudar a detonar uma caixa de Bis, minha prima Natália é, aparentemente, uma adolescente comum. Porém, por detrás de todas as aparências, existe Natália Queiroz, a modelo comercial dos cabelos cacheados e protuberantes olhos verdes que estão sempre de olho em todas as oportunidades. Prestes a completar 18 anos (27 de agosto), saiu de sua cidade natal (Casa Branca) para tentar a sorte em São Paulo. Persistente e batalhadora, Natália consegue abocanhar bons trabalhos, nunca se esquecendo de quem ela realmente é, de quem sempre a ajudou.


Passando uns dias na casa da mãe, coincidentemente nos mesmos dias em que eu fui para a cidade, Natália me concedeu uma entrevista. Eu mesma não sabia de toda a história, e, para mim, foi bastante emocionante. Recomendo que leiam :)


Natália, como você despertou para o sonho de ser modelo comercial e por quê?


Tudo começou quando eu tinha 7 anos. Eu sempre via os modelos na TV e dizia a minha mãe que queria ser igual a eles. E, claro, sempre gostei muito de "me aparecer", de brincar de desfilar... O que era uma simples brincadeira de criança acabou se tornando uma meta a cumprir.


E qual foi o pontapé inicial para que você começasse a sua carreira?


Foi difícil. Quando pequena me inscrevi no Talentos Brilhantes (um concurso antigo bastante divulgado pelo SBT), gastei muito dinheiro viajando para participar das eliminatórias, ganhei em segundo lugar, porém, o Talentos Brilhantes sumiu, e acabou sendo processado até.

Já um pouco mais velha, ouvi no rádio sobre um concurso para meninas que queriam ser modelo que iria ocorrer em São José do Rio Pardo... Só que era o último dia de inscrição! Insisti muito para a minha mãe, que me levou, um tanto desconfiada. A primeira fase contou com 200 meninas, selecionaram 40, eu estava dentro destas. Depois dessas 40 selecionaram 10, e eu estava dentro também! Teríamos de ir para o hotel Holiday, em São Paulo, desfilar para algumas agências. A taxa de participação era muito alta, tive de pedir ajuda para a minha avó (a avó paterna de Natália sempre deu muito incentivo financeiro para a carreira). Mas os resultados foram bons: Três agências me escolheram. Tive de escolher uma, que é com a qual trabalho até hoje.


Qual foi a maior dificuldade que já passou por conta da profissão?




Dificuldade financeira. 3 horas e meia de viagem de Casa Branca até São Paulo. Quando o trabalho terminava depois do horário do último ônibus e eu tinha de voltar no dia seguinte, pegava outro ônibus que descia no trevo da cidade e ia a pé para casa, chegando de madrugada. Eu ganhava pouco nos primeiros trabalhos. Muitos e muitos testes e poucos trabalhos. Quando ainda não morava em São Paulo, ficava muitas vezes sem dinheiro para dormir por lá, chegando a dormir no chão da casa de uma conhecida. Nunca quis perder nenhum teste. A minha avó sempre fazia o impossível para me ajudar. Agora que mudei para São Paulo, as coisas melhoraram, e ando ganhando bem melhor também...



Você tem alguma ambição maior quanto à carreira e à vida?


Queria me tornar uma grande modelo comercial, ir para o exterior... Mas o último é um pouco mais difícil porque eles dão preferência para as modelos de cabelo liso (já que o trabalho é pago por hora e os cabelos cacheados dão um pouco mais de trabalho para serem arrumados). Mas acho que estou dando grandes passos já...

Tenho vontade também de fazer oficina da Globo assim que juntar uma boa grana.

Queria dar uma vida melhor para a minha família.

E é isso que eu gosto mesmo. E eu vou até o fim.



Como é a alimentação de uma modelo comercial?


Mesmo sendo modelo comercial, tem que equilibrar. A agência pede para evitar frituras e doces, mas eu amo chocolate, como umas duas vezes por semana! Como bastante alface, quase não bebo refrigerantes (nota da entrevistadora: ela tomou até demais enquanto eu estive por lá! haha), adoro feijão e frango grelhado...

Quando como muitos doces ou massas, intercalo com exercícios. Sempre corro uns 40 minutos e faço abdominais.



Como é ser a única modelo comercial convivendo com 6 modelos "Fashion"? Como é a relação entre elas e você?

modelos "fashion" são as modelos das passarelas



Bom, eu convivo com um pouco de medo, já que sempre ouço histórias de modelos que são falsas, roubam roupas e dinheiro... Mas ainda bem isso não aconteceu comigo! Também rolam histórias de que as modelos fashion têm inveja das modelos comerciais por conta dos pagamentos.

Algumas das minhas colegas aparentemente são bem legais. Corremos juntas, vamos ao shopping... Cada uma faz a sua própria comida, mas às vezes juntamos as panelas e mandamos ver!



Quais são os seus outros hobbys?



Gosto de ir à academia, ao shopping, ao teatro (não gosto muito de cinema), de dançar, e é isso aí!



Quais são as principais diferenças entre viver em Casa Branca e viver em São Paulo?



Minha cidade natal é tão calma que é absolutamente comum ver vacas passando nas ruas! Não tem shoppings, parques legais, não tem nada para fazer à noite... As pessoas aqui sempre comentam sobre as pessoas que se dão bem, como eu, fazendo "fuxico", comentários maldosos, mentiras... Existem pessoas que fazem de tudo para se aproximar de mim... Sendo que antes eu era só mais uma moradora daqui.

São Paulo é tudo o que Casa Branca é e não é.



Quais foram os seus trabalhos mais importantes até hoje?



Bom, já fiz comercial para o Playcenter, para o Café 3 Corações, para a Polishop (ela era a mocinha da escova giratória, gente!)... Mas o mais significativo mesmo foi o da Maxton, já que eu não me encaixava no perfil exigido (cabelos lisos, maior de idade), mas que me escolheram porque disseram que viam algo em mim que acharam que ia dar certo. Tingi os cabelos de vermelho e estampei a caixinha da coloração (que estará em breve no mercado).



Ser modelo, para você, é...



...gratificante. Me sinto muito feliz sabendo que eu sofri muito para chegar aqui. Já passei muitos obstáculos, desci e subi escadas... Nem todos conseguem ter todas as oportunidades que eu tenho, então me sinto muito vitoriosa por estar aonde estou. Sinto que estou começando a ser reconhecida pelo meu trabalho.





5 freckledmaníacos.:

Marília Rocha disse...

Uau, que coisa, não? Quando eu era menor eu queria ser modelo tbm, porque as pessoas falavam que eu era alta e tals... Mas minha mãe nunca apoiou, mas, sabe, acho que ela fez o certo. Não tenho talento nem determinação pra tanto. Mas parabéns pra sua prima, que ela continue batalhando. Tem que ser muito forte pra aguentar tudo isso!

Laisdin disse...

Ah que legaaal! Eu sempre quis conhecer uma pessoa que fosse assim. Minha prima tbm tentou alguma coisa de modelo, mas ela não fazia tanta questão... A única coisa que ela conseguiu foi uma propaganda da Ezequiel, que eu nunca cheguei a ver pq passava na Globo nos intervalos de "Mais Você" ._.
Muito legal essa entrevista! Sucesso pra sua prima, Dóri o/

·caMM's disse...

A Nati Colgate! :D Desde pequena a gente brincou juntas e tal. Adoro ela e desejo todo o sucesso do mundo desde sempre *-*
E é isso, pra qualquer carreira ou sonho: DETERMINAÇÃO.

Jerri Dias disse...

Muito legal a entrevista.
Parabéns e sucesso pra vcs duas!

Anônimo disse...

So acho uma coisa aqui em Casa Branca ,não passa vacas pelas ruas acho sua opinião muito errada sobre Casa branca pois vc morou aqui e não se cospe no prato que comeu um bj sucesso

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin