quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Não Sou Uma Garota Radical

A adolescência vai sendo retirada lentamente da minha cabeça. Então, de repente, eu estou sentada em uma sala de cursinho após comer um pacote de M&M's para aliviar as tensões. Eu pretendo passar no vestibular, fazer uma faculdade, arranjar um emprego e sair da casa dos pais.
Até pouco tempo conseguia ler revistas adolescentes sem repugnar todo o conteúdo. Hoje não consigo mais. É impossível, pra mim, comprar uma Atrevida ou uma Capricho, porque eu sei que lá dentro eles vão estar falando da nova onda adolescente do momento, qualquer ela seja.
Eu não gosto de Cine, eu não quero casar com ninguém do McFly (mas eu ouço, é claro. É lógico!), e ainda acho que o único papel legal que o Robert Pattinson fez no cinema foi o de Cedrico Diggory no Harry Potter. Tentei, mas não compreendo um vampiro que vira purpurina à luz do dia. Sempre achei que eles se reduziam a pó ou coisas assim. Nem o Zé Vampir da Turma da Mônica brilhava.
Não aguento mais frequentar locais onde todas as meninas têm cabelos berrantes (após apanhar muito da mãe para conseguir pintar), e todos os meninos usam aqueles óculos wayfarer e ambos os sexos usam Nike Dunk. Eu não estou interessada em fingir que eu estou nas tendências, em ficar divulgando que eu tomo café na Starbucks ou em ficar tirando várias fotos no shopping em poses ridículas com as minhas amigas.
Tenho opinião própria. Não vejo graça alguma em ser sustentada pelos meus pais ou ficar exigindo que eles me levem e busquem nos lugares, e pretendo reverter essa situação o mais rápido possível.
Já passei da fase de ser três pessoas em uma (eu + meus pais). Eu sou uma só.
Eu tenho a minha própria vida, meus próprios sonhos, meus próprios hobbys... Quando eu menos espero, eu descubro o mundo.
E não acho meus pais um saco. Eu amo eles.
Tá certo que de vez em quando eles o são. Mas isso é a base fundamental de uma relação.
Acho que comecei a pensar mais assim após perder o meu avô. Como a maior parte da minha formação mental foi dada pelos meus avós, acho que a morte foi um fator fundamental para que eu percebesse que já estava na hora de andar mais com os meus próprios pés.
É claro que não deixo de ter as minhas 'adolescentices'. Mas acho que são coisas que ninguém nunca vai deixar de ter... Sabe, falar de homens com as amigas, admirar (mas não exagerada e escranchadamente) alguém famoso, comer no McDonald's sem culpa, assistir à MTV...
Não sou uma Garota Radical.
E um dia, você já passou, ou ainda vai passar pelo o que eu estou passando.

2 freckledmaníacos.:

Mandi disse...

Às vezes eu acho que sou mais madura que a maioria dos adolescentes. Apesar disso, ainda não cheguei a essa sua fase... Espero passar por ela depressa. A faculdade é tudo o que eu quero (ou não. Sabe que eu não sei? Dúvidas adolescentes, ARGH)! HAHAHA :D

Marília Rocha disse...

Nossa, apesar de ser mais nova que vc acho que tô passando pela mesma coisa. Não vejo graça mais em um monte de coisas de adolescentes. Eu acho ridículo o modo com que algumas amigas minhas admiram tanto o McFly ou mesmo o Cine (eca!). Super me identifiquei com seu post. É exatamente isso.

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