domingo, 7 de novembro de 2010

Tem Um Beatle No Brasil

Tem um Beatle no Brasil. Se você não se empolga com isso, com todo o respeito, eu lhe enclausuraria em um quarto fazendo você amar o Fab Four tal qual Winston Smith aprende a amar o Grande Irmão no Ministério do Amor, se pudesse. Afinal, se o Papa é a divindade máxima da Igreja Católica, Paul McCartney, hoje, é a da música (Ringo Starr, me desculpe, apesar de eu te amar, não é todo mundo que é louco o suficiente para isso). E já vejo a ocasião emocionando até os mais resistentes, que acabam entrando na onda da histeria coletiva e, quando veem, acabam até o tratando por seu título nobliárquico britânico, Sir.

Sir é um título concedido a alguém que tem poder sobre outras pessoas. E como Macca tem esse poder! O poder de mover obsessões beatlemaníacas, bem ao seu sentido literal, já tendo a idade de um vovô - 68 anos e ele, com certeza, é mais bem-vindo por aqui do que qualquer vampiro do Crepúsculo ou um irmão Jonas.

Paul tem aquele poder de quem sempre acreditou que a música era a maneira mais eficiente para se transmitir algo que nenhum ser humano deveria recusar, seja lá de qual forma for: amor. Amor expresso em yeah yeah yeahs catárticos ou no conforto de um menino que presenciou a separação de seus pais. Amor que ensinou a um jovem John Lennon que não viveu lá uma vida familiar muito normal, e que este tratou de transmitir da mesma maneira.

Já se passaram 40 anos de quando a sua primeira banda meteórica chegou ao fim. Mas o sonho - me perdoe, John - não acabou. Nunca vai acabar. Quantos clichês caberiam em uma explicação do porquê esta foi a melhor do mundo? Inúmeros. Mas eu fico - agora vocês que me desculpem - apenas com o meu: ultrapassar gerações e gerações com músicas das quais cada uma deixou um legado enorme para todos os outros que vieram depois. E esta ultrapassagem foi o que me permitiu conhecê-los e idolatrá-los em uma época na qual eu estava descobrindo o que era música, aos acordes de Eight Days a Week aprendidos na aula de violão, ao inglês macarrônico da minha mãe cantarolando Something. Something, a melhor música do mundo, talvez. Não é de autoria de Paul McCartney, mas ele reconhece - homenageia o amigo George Harrison com a letra apaixonada em sua turnê mais recente.

Turnê recente que passou neste domingo em Porto Alegre e que, daqui a 14 dias, terei a oportunidade de conferir ao vivo. Posso garantir que ainda é inimaginável. É como se eu estivesse fazendo com que 2+2 virasse 5. Mas já que comecei com a onda das citações orwellianas no início deste texto, por que não?

Vem que vem, Paul!





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