segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Uma Indignação

Lembrava de ter escutado a história no bar, mas tinha perdido o principal ponto do absurdo. Hoje, vasculhando a comunidade de Jornalismo da PUC-Campinas, li que uma aluna, bolsista do ProUni, foi agredida (fisica e moralmente) por não ter dezessete reais para pagar uma parte de um TCC. A agressora em questão é uma das velhas conhecidas que desfilam os dinheiros de seus pais pelos quatro cantos da Universidade, e como provavelmente não lhe ensinaram em nenhum momento da vida que as coisas não funcionam desse jeito, ela se via na razão no alto de uma mensalidade que atingirá os quatro digitos em 2011.

Eu não conheço essas pessoas. Mas posso imaginar as suas personalidades, embasada nas pessoas das quais já me sentei ao lado e também naquelas que todos os dias estão na minha frente nas filas da praça de alimentação ou da biblioteca. Esse lance de faculdade particular, vou dizer para vocês... Tem gente que vê como uma extensão daqueles tempos babacas de seus ensinos fundamentais e médios. Tem gente que coloca as bundas nas carteiras da sala de aula achando que o poder de seus progenitores irá alavancá-los na carreira escolhida - e o pior de tudo é que a maioria consegue.

Mas olha, o bullying, a bullemia do nosso amigo Faustão, nunca esteve tão em foco. Não que precise estar, muito pelo contrário: é só ser um humano de verdade para perceber o quanto isso é ilógico e cruel. Portanto, é meio discrepante que algo deste tipo venha de parte de uma pessoa às vésperas de sua formação no curso de Jornalismo (e seria vinda de qualquer curso, de qualquer lugar, aliás). Afinal, que tipo de gente está se formando?

Formação não deve ser só vomitação de conteúdo. E também não deve vir só da faculdade. E também é algo que, na mais pessimista das visões, nunca irá se resolver: muitos desses pais que financiam suas lindas e lindos acham bobeira transmitir algum tipo de coisa, ou deixar o seu filho começar a viver de verdade, com as próprias pernas. Sempre lhe darão seus iPods de mãos beijadas, carros zero e uma gorda mesada, o que faz com que muitos desses pupilos acumulem o instinto de agredir, e não de pagar a parte de uma colega que não tem dezessete reais - no caso, um troco de bar para estes.

Mas fica aqui a indignação do dia.

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